No post anterior, falei sobre o ponto inicial que podemos considerar quando encaminhamos um briefing a uma equipe de criação. Descrevemos a importância de definir qual a percepção que se deseja obter através do logotipo e enfatizamos como a consistência influencia na evolução de um processo de definição de arte entre clientes e profissionais.
Agora, vou comentar aqui algumas dicas que poderão ser um diferencial ao apresentar o seu briefing.
Neste post, vou abordar:
: : Dicas para escolher a estrutura do logo – logotipo ou logomarca.
: : Algumas informações explicando como filtramos as preferências tipográficas
: : Quais as principais indicações para algumas cores.
# PRINCIPAL FORMATO DA ARTE
Uma das primeiras questões apresentadas no questionário é qual o tipo de logo desejado: tipográfico, simbólico ou ambos?
O Tipográfico seria como uma assinatura, pois é o nome da marca exibido através de uma fonte. Por sinal, assinatura tem mesmo significado de marca, o que torna esta definição bastante consistente, derivando ainda a nomenclatura Logotipo.
O Simbólico é o que sinalizamos como ícone, ou seja, uma figura ou imagem que permite associar o logo à marca independente dos dizeres.
Ocorre que esse tipo de arte vem entrando em desuso na medida em que enfatiza uma figura em detrimento do nome da marca. Afinal, o nome acaba se tornando pequeno diante do espaço ocupado pelo ícone e, assim, para expandi-los de forma proporcional, o uso do logo passa a requerer espaços maiores, elevando o custo da publicidade impressa (compare, por exemplo, o nome que Ferrari ocupa em comparação ao símbolo logo acima)
Se uma marca preza por leveza e fácil memorização, quanto menos elementos, melhor a sua leitura e fixação. Considerando isso, o Design atual prestigia o famoso “menos é mais”. As marcas que observaram isso no passado mantiveram-se atuais até os dias de hoje pois contaram com um forte poder de fixação e se anteciparam a uma tendência que hoje pode ser considerada como um diferencial. Basta pensar na Coca-Cola.E, muitas marcas que não pensaram nisso acabaram evoluindo para a supressão do “excesso”. Observe a evolução, por exemplo, da Samsung
O 3o e último grupo dentre os formatos possíveis é justamente a junção do tipográfico com o simbólico, passando a ser reconhecido como Integrado. Qual seria a diferença desse grupo com o simbólico?
A diferença está justamente na sutileza pois este 3o formato não tem foco no símbolo em destaque, mas sim num pequeno detalhe que diferencie este modelo do tipográfico. Um detalhe, não uma imagem. Ou seja, a proposta principal é focar no nome em si da marca através de uma tipografia expressiva, valorizando o nome, sem deixar que este se torne “coadjuvante”, mas sim, “ator principal” da arte.
O detalhe vem a somar, podendo ser um traço, uma letra em destaque, um fundo, ou seja, algo que incremente a arte sem “roubar” a presença do nome. Basta pensar na logomarca do Google, Yahoo!, YouTube.
A propósito, o nome logomarca tem sua origem justamente nessa modalidade. Muitos teóricos reconheceram esse tipo de arte como Logomarca ou Simbologo visto que privilegia a marca, com uma junção/integração do símbolo em vez do uso dissociado do mesmo.
Um logo do tipo 3 permite melhor leitura, sendo portanto mais eficaz além de otimizar sensivelmente o custo de qualquer campanha já que pode ser utilizado em qualquer aplicação sem comprometer a identificação da marca.
# TIPOGRAFIA ESCOLHIDA
Bom, esse ponto ficaria muito extenso se eu decidisse discorrer sobre cada fonte. Mas a verdade é que meu objetivo aqui não é esse, não tenho a pretensão de dar uma aula sobre as mais diversas tipografias existentes e isso não precisa ser o seu objetivo se tiver especialmente um profissional para essa tarefa.
Um designer gráfico alinhará os principais conhecimentos sobre cada fonte e apresentará sugestões de acordo com as suas preferências elencadas no briefing.
O que acredito ser interessante é comentar um pouco sobre os principais estilos disponíveis a fim de filtrar melhor as suas preferências porque o projeto tem como meta atingir a sua expectativa, o seu gosto, acima de todos os conceitos pensados por trás da criação.
A experiência de uma das minhas empresas no mercado tem mostrado que um projeto muito bem pensado, após análise de todos os conceitos inferidos pelo briefing, nem sempre atinge o gosto do cliente.
Agora eu pergunto: de que adianta uma apresentação extremamente bem fundamentada se você, enquanto cliente, simplesmente não gostou da arte? Se não atingiu esse objetivo tão subjetivo que é o gosto de quem “baterá o martelo”?
A má notícia é que isso pode acontecer com muita frequência.
A boa notícia é que não existe regra absoluta e adotar algumas perguntas “eliminatórias” nesta fase inicial podem reduzir os riscos de um desfecho insatisfatório.
Temos grandes grupos de fonte: serifadas e aserifadas
As serifas são prolongamentos das letras, com o objetivo de fortalecer a sensação de continuidade entre as palavras. São tidas como herança da caligrafia manual, tendo aplicabilidade comum em textos longos impressos, que propiciam uma leitura mais agradável.
Já as sem serifa primam pela limpeza visual, especialmente no mundo digital que muitas vezes conta com tantos elementos, onde se torna funcional a busca por mais leveza. É utilizada principalmente em textos curtos.
Apesar destas 2 classificações, há muitas variações que costumamos resumir em algumas principais orientações:
- Script (imitam a escrita humana, manuscrita)
- Moderna (diferença acentuada entre espessura fina e grossa)
- Display (fontes comemorativas, com desenho curiosos, Zipty Do, Giddyup, Cutout)
- Black Letter (fontes góticas, como OldEnglish, Wilhelm Klingspor-Schrift)
- Não latinas (japonesa, árabe)
Além dos grupos tipográficos, algumas características podem auxiliar também a filtrar preferências:
- Negritada (o famoso “bold” que torna a fonte mais forte)
- Itálica (o aspecto inclinado da fonte)
- Caixa alta (as letras alinhadas na mesma altura, em maiúscula)
- Regular (sem marcações especiais como negrito, itálico ou caixa alta)
# ESCOLHENDO AS CORES
Após definido como será a estrutura do logo e quais as preferências no tocante à tipografia, não poderia deixar de abordar a cor.
A escolha da cor é outro elemento fundamental e há vastas pesquisas na web no sentido de assessorar nesta análise. Aqui também não creio que seja o caso de me aprofundar, mas expor de forma resumida como as cores podem ajudar na construção do seu logo.
A primeira classificação que questionamos é se a preferência é por cores quentes ou frias.
Cores quentes estão naturalmente vinculadas à energia mais vibrante, alegria, verão, entusiasmo, paixão, felicidade
Já as cores frias remetem à tranquilidade, clareza, profissionalismo, harmonia, seriedade, confiança.
Além destes 2 grupos, há a opção do logo preto e branco, uma escolha audaciosa levando-se em consideração a amplitude de conceitos e impacto transmitido pelas cores. O preto pode ser associado a uma gama muito diversificada de impressões (sofisticação, mistério, elegância, autoridade, disciplina, formalidade, controle, …) Porém não deixa de ser uma das opções possíveis, interessante para estratégias específicas e muito bem delimitadas, comum especialmente em modelos tipográficos.
Colocando essas 3 vertentes em 2o plano, temos especificamente algumas principais sensações transmitidas por cada cor, conforme o infográfico abaixo:
E, assim, espero ter contribuído apresentando informações gerais que podem auxiliar na apresentação do seu briefing para o profissional ou equipe que desenvolver o seu logo.
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Referência Bibliográfica:
http://www.estrategiaebranding.com.br/os-3-tipos-de-logos-qual-deles-e-o-melhor-para-sua-marca/