Este post é a 1a parte de uma matéria visando orientar quem está preenchendo aquele questionário inicial que será repassado à equipe de criação como o Briefing de um projeto.
Para designers e profissionais da área, muitas das informações a seguir poderão ser consideradas muito simples ou óbvias, mas a nossa proposta aqui é tornar esse processo o mais claro possível para quem não tem tanta familiaridade com este universo, ou seja, grande parcela de usuários que precisam de uma identidade visual mas encontram dificuldade em expor suas expectativas logo no início do processo.
Se o processo depende essencialmente do entendimento entre clientes e profissionais, nada mais interessante que expor todas as informações que podem ser relevantes nessa jornada, auxiliando o sucesso da criação que é naturalmente a aprovação final.
Este post traz a experiência prática da nossa equipe e não se aplica necessariamente a qualquer prestação deste tipo de serviço.
Foi pensado de acordo com o levantamento de dados a respeito de projetos desenvolvidos ao longo de mais de 10 anos no mercado junto a nossa equipe 😉
AFINAL, O QUE É O BRIEFING?
Bom, permitam-me ser redundante, vamos começar do início. O processo de criação começa no briefing.
O briefing é justamente o conjunto de informações enviadas como referências para a criação. É o 1o passo, quando solicitamos dados pontuais sobre preferências e objetivos em relação à arte para, a partir disso, uma equipe de profissionais sugerir modelos para análise.
O BRIEFING É ESTÁTICO?
Bom, é claro que as preferências podem mudar. Mas é importante analisar qual o objetivo central da marca e relembrá-lo antes de propor uma mudança.
Quando mudamos a base, pressupõe que estamos desconsiderando tudo o que foi apresentado até então, anulando um tempo considerável de criação. E, como sabemos, tempo é cada vez mais valioso.
Que tal um exemplo prático? Vejamos.
Imagine que sua marca é voltada ao público infantil, de modo que o briefing inicial solicita um logotipo onde o ícone seja um brinquedo. Então, são apresentados diversos modelos com vetores alinhados a essa solicitação.
O processo não evolui para escolha de nenhum modelo. Então, que sejam pensados novos vetores, com outros tipos de brinquedo. Após novas criações, ainda não se obtem um feedback satisfatório visto que supostamente os símbolos de brinquedo estão muito aquém da expectativa. Logo, são providenciadas novas artes com maior variedade de símbolos de brinquedos.
Neste momento, recebemos novo pedido: “esqueçam o brinquedo, não deu certo; tentem um símbolo abstrato!”
Bom, naturalmente um bom profissional não se esquivará de pensar novas artes a partir da nova idéia. É claro que podemos nos arrepender de uma linha de trabalho, mas consistência é a palavra-chave para que um projeto seja assertivo.
Quando trocamos o objetivo, podemos inevitavelmente desperdiçar esforços e, muitas vezes, o sucesso depende do foco. Isso não se aplica apenas a um briefing, mas aos anseios, de um modo geral. Ter clareza e certeza do que se deseja para a marca pode ser o diferencial em um projeto.
Podemos também pensar da seguinte forma: “mas como vamos saber se é isso mesmo que queremos se não recebemos as artes?”. Sim, é uma idéia plausível. Mas quando sugerimos um briefing assertivo, fazemos referência ao cerne da marca.
O interesse do que desejamos para uma marca é muito pessoal pois muitas das vezes a marca imprime a história, a visão e/ou valores do empreendedor/profissional. Por isso, entendemos que o briefing deve ser fornecido pelo principal interessado na definição da arte, que possa traduzir suas expectativas neste 1o momento da criação.
QUAL O CERNE DA SUA MARCA?
O cerne é como se fosse a espinha dorsal do briefing, é o conceito principal que permeia todas as informações.
No questionário que enviamos antes do desenvolvimento, substituímos cerne por percepção. Ou seja, qual a percepção que almeja transmitir com o logo?
Por exemplo, vamos supor que eu tenha uma loja de moda praia. Todas as confecções tem bastante estampa, minha marca quer transmitir alegria, que seja pensada naturalmente no verão, mar, sol, de modo que solicito uma arte neste contexto.
A partir disso, a personalidade, as cores, o estilo devem combinar com essas referências, fortalecendo a coesão no briefing e pressupondo artes que sigam essa percepção.
Eu posso não saber se desejo uma arte mais abstrata, ou tipográfica, enfim..mas se o meu objetivo estiver muito bem definido, normalmente, há uma tendência em observarmos o projeto evoluir na medida em que estiver harmonizado com o cerne da marca.
CONCLUSÃO
Esse post trouxe a 1a dica para envio do seu briefing, onde indicamos o que se pode entender efetivamente por briefing e por percepção da marca. Ou seja, o objetivo central da marca que deve ser traduzido pelo logo.
No próximo artigo, falaremos sobre tipografias e a estrutura que sustenta o desenvolvimento do logo, além de resumir os significados das cores.
Essas informações poderão ser peças-chaves neste 1o passo para construção da identidade visual da sua marca 😉
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